Hoje a saudade bateu forte. Mas é aquela saudade difícil de combater, saca? O abraço físico, risadas, as histórias nos domingos de almoço em família seguem, mesmo que com menos frequência, mas seguem firmes e com a mesma intensidade de amor no coração.

Porém, ainda não vi alguém com tamanha maestria para narrar "causos". Torna-los engraçados, independente do que tratassem, e animar aqueles domingos que nem esse carinha aí do lado! As casas tão próximas quando eu era criança, me fizeram uma pessoa de sorte. Formaram parte do que eu sou hoje. Bastava um grito e que nem precisava ser tão alto: "Rodrigo, vem buscar Sagú", da mesma forma que ainda não conheci quem contasse histórias como ele, não conheci alguém que faça um sagú tão gostoso quanto. Se gabava, pois não errava a mão nunca, NUNCA. Se errou, botou fora antes que alguém soubesse. Ah e fazia piada como sempre, com a sua irmã (vulgo, minha vó) que não tinha a "habilidade" do sagú =) Os conhecimentos não nos foram passados de forma "dita", ou imposta, foram naturais, o exemplo bastou. E sempre, sempre, nas horas de aperto, ele tinha uma palavra amiga, ou, novamente, uma história, que por incrível que parecesse naquele momento, fazia todo sentido. Não, não lembro do Tio "Bazuca", como eu o chamava, somente nas horas de aperto, muito pelo contrário, acho que indiretamente tudo que eu faço tem um pouquinho dele, e sim, é raro algum dia que não me venha na memória alguma coisa boa que passamos juntos, afinal alguém já chegou alguma vez na vida com uma Ovelha na caçamba da sua Pampa para te dar de presente? Claro que não! Lógico que os fins eram outros, acabaram assando a Ovelhinha. Mas enfim, como eu disse, isso também fez parte do que eu me tornei hoje :p 

O que tudo isso tem a ver com a fotografia? Nada? Tudo? Tudo! Mas este não é um post sobre fotografia! Se eu tivesse  um desejo para ser realizado hoje, o que eu escolheria? eu queria que fosse TUDO igual, sem tirar nem pôr. As pessoas que me rodeiam são incríveis, sigo acreditando que elas fazem a diferença! MAS voltando ao desejo: eu queria estar com uma câmera na mão para registrar estes momentos que contei aqui e outros tantos! Seria lindo! Que história, aliás, quantas histórias, meus amigos! Que saudades! Essa sexta feira linda de sol podia ser um domingão daqueles, com todos em volta da mesa dando risada.  Todos temos histórias lindas para contar, e pq deixa-las guardadas? Decidi ficar mais pertinho do Tio Zé Irineo dessa forma hoje, compartilhando um pouquinho das boas lembranças que tivemos juntos, e do maior legado que ele deixou, a família unida.

Ahhhh, em breve a Helena, essa menina de camisa do Inter na foto acima, minha prima, Neta, assim como eu me considero Neto também do Tio Bazuca, vai fazer 15 anos! E vai ser no lugar que mais incrível e que ele amava receber os amigos! Como num passe de mágica, agora, com os olhos marejados eu me dei conta, meu desejo vai sim ser atendido! E neste dia lá na Chácara, como chamamos, tenho certeza que estaremos muito muito perto, e com o coração na minha câmera eu estarei registrando tudo! Não é sobre fotografia, não é comercial, é sobre sentir, é sobre estar. "Eu te amo" nunca foi o meu forte, mas, do meu jeito, ele existe! 

Obrigado, Tio. Tu era foda!